Veja as doenças mais comuns em Recém-Nascidos


do UNIVERSO FEMININO


O período que decorre entre o 1º e o 28º dias de vida é uma fase muito especial do desenvolvimento da criança – é o período neonatal. Nesta etapa do desenvolvimento, o recém-nascido passa por uma fase de adaptação ao novo ambiente.


“Os recém-nascidos podem apresentar doenças que já existem por ocasião do nascimento e que tiveram a sua origem durante a vida intra-uterina, como acontece com as malformações congênitas e algumas doenças infecciosas. As doenças hereditárias têm origem na transmissão de caracteres dos pais para os filhos, através da informação codificada no DNA/nos genes dos espermatozóides e dos óvulos”, explica Mafalda Centeno, especialista em Saúde familiar.


No hospital, durante o internamento, o bebê é observado pelo pediatra quando nasce e nos dias subsequentes. “Neste período, a equipe que cuida do bebê desenvolve atividades assistenciais que visam a certificação da saúde e bem-estar do recém-nascido”, adianta Mafalda Centeno. Após a saída do hospital, o recém-nascido e a sua mãe devem dirigir ao seu médico assistente, durante a primeira semana de vida, para o seguimento da evolução de ambos.


Algumas Doenças


Icterícia Neonatal


“A icterícia é causada pelo aumento da bilirrubina no sangue. A icterícia neonatal pode ser fisiológica ou patológica. Existem diversos fatores que aumentam o risco do aparecimento de icterícia neonatal, quer relacionados com o recém-nascido, quer com a mãe, como por exemplo, a prematuridade, o tipo de sangue da mãe e do bebê, infecções ou doenças congênitas, sexo masculino e amamentação exclusiva”, salienta Mafalda Centeno.


A icterícia surge em 50% dos recém-nascidos de termo e numa percentagem mais elevada nos de pré-termo. É detectada pela coloração amarela da pele e/ou das escleróticas (parte branca dos olhos) e a sua quantificação é efetuada em análise sanguínea. “Quando é detectada a presença de icterícia, os pais devem dirigir ao seu médico. A avaliação do recém-nascido com icterícia pode permitir o diagnóstico da doença que causou o aumento da bilirrubina e o seu tratamento”, afirma Mafalda Centeno.








Nem todos os recém-nascidos com icterícia necessitam de tratamento. Em alguns casos, é necessário recorrer a fototerapia existindo ainda outros tratamentos para casos mais graves. Segundo a especialista a fototerapia envolve a exposição direta da pele do recém-nascido à luz com comprimento de onda azul-verde, que converte a bilirrubina numa forma excretável.


As alimentações frequentes (aproximadamente 10 vezes por dia) podem reduzir a incidência de icterícia neonatal nos bebês amamentados ao peito. Existe risco para a saúde do recém-nascido em ter valores muito elevados de bilirrubina no sangue, pelo que a identificação de icterícia, a sua avaliação e, se necessário, o seu tratamento são importantes.


Dermatite das fraldas


É um problema frequente, apesar de ter diminuído muito a sua ocorrência com o uso das fraldas descartáveis, que conseguem manter a pele do recém-nascido mais seca. “Esta dermatite resulta do excessivo tempo de contato das fezes ou urina com a pele, devido à diminuição da frequência da mudança de fraldas. No entanto, a dermatite das fraldas pode surgir mais rapidamente nos recém-nascidos com pele mais susceptível ao efeito irritante da urina ou em período de diarreia”, afirma Mafalda Centeno.


A pele irritada fica avermelhada na região coberta pela fralda, incluindo a parte inferior do abdômen e a parte superior das coxas. A prevenção e o tratamento incluem a lavagem da pele com água. Podem aplicar cremes apropriados. A mudança de fraldas deve ser frequente. A exposição ao ar da pele com dermatite, tanto quanto possível, é benéfica.









“A prevenção desta situação é importante e permite a manutenção de uma pele saudável. Se os sinais se mantiverem, deve ser consultado o médico, porque se poder a tratar de outra situação clínica”, explica.


Dermatite seborreica





De causa desconhecida, a dermatite seborreica apresenta nos dois primeiros meses de vida. “Tem início no couro cabeludo, como uma descamação em pele avermelhada. A pele em descamação forma uma camada aderente amarelada, comummente denominada crosta láctea. Esta descamação pode também existir na testa, face e atrás das orelhas, podendo atingir a área da fralda. No tratamento, usam emolientes (óleo de amêndoas doces, por exemplo), existindo outras formas de tratamento para os casos mais graves”, adianta Mafalda Centeno.


Candidíase oral e perineal


A Candidíase é uma infecção por fungos do gênero Candida. “A Candidíase oral manifesta por placas esbranquiçadas muito aderentes na boca dos recém-nascidos (gengivas, língua e bochechas). Podem confundir com a presença de leite na boca, mas o leite sai facilmente e na candidíase estão bem aderentes”, afirma, a especialista.


A Candidíase do períneo manifesta por alteração da pele na zona genital e em redor do ânus, de cor vermelho vivo, com algumas lesões isoladas da grande lesão e, por vezes, com aspecto húmido. “Não é raro, aparecerem as duas formas da infecção (oral e perineal) em simultâneo. É importante a higiene local e a lavagem das mãos antes e após a manipulação do recém-nascido”.








É essencial a observação dos mamilos das mães que amamentam ao peito, para verificar a existência ou não de infecção. Após o início do tratamento, é fundamental a esterilização das tetinas para quebrar o ciclo de infecção. O tratamento é realizado com anti-fúngicos locais.


Infecções Respiratórias





As infecções respiratórias são causadas por diversos organismos e podem afetar diferentes órgãos do sistema respiratório. Algumas têm picos sazonais enquanto outras podem surgir em pandemias em qualquer altura do ano. No entanto, um recém-nascido tem um limitado número de sinais e sintomas mas que podem de algum modo chamar à atenção dos pais.


“Portanto, quando os pais detectarem sinais de mal estar do recém-nascido devem recorrer ao seu médico. Os sintomas de infecção respiratória a ter em consideração são a presença de corrimento nasal acompanhado de dificuldade em respirar (vêem-se as costelas sob a pele enquanto respiram) e a respiração ruidosa. A febre pode surgir isoladamente ou a acompanhar outros sintomas. O gemido, a dificuldade em mamar e as alterações da cor da pele são também sinais a ter em atenção”, indica.


Cardiopatia Congênita


Quando uma criança apresenta uma doença cardíaca (cardiopatia) , seja ela grave ou não , sempre existe a preocupação por parte dos pais , de  se a mesma já existia desde o nascimento ou se surgiu durante o desenvolvimento.


As cardiopatias que já existem desde o período fetal , portanto antes do nascimento , são chamadas de congênitas , enquanto aquelas que surgem após o nascimento são denominadas cardiopatias adquiridas.


As cardiopatias congênitas se apresentam sempre ao nascimento?


Embora ao nascer já apresentem a doença cardíaca , a maioria dos  bebês não apresentam sintomas ao nascimento , não trazendo transtorno ao parto  , nem chamando a atenção do Pediatra para o diagnóstico.


Dependendo do tipo de cardiopatia congênita  e da gravidade , os sinais da cardiopatia podem se manifestar precocemente , já nos primeiros dias de vida , porém podem demorar semanas ou meses.


Algumas cardiopatias congênitas mais graves , podem se apresentar ainda no período fetal , levando algumas vezes a quadro graves , com insuficiência cardíaca fetal e evolução para óbito. Atualmente através da Ecocardiografia Fetal , podemos fazer o diagnóstico da cardiopatia e em alguns casos instituir tratamento através de medicações ingeridas pela mãe  e em outras situações , quando indicado , interromper a gravidez , para tratamento em UTI neonatal.


Toda cardiopatia congênita é uma doença genética  e hereditária?


Embora a maioria das cardiopatias congênitas tenha influência genética em maior  ou menor grau , algumas podem ser causadas por vírus ou medicações ,   sendo portanto  doenças adquiridas antes do nascimento , e portanto chamadas de cardiopatias congênitas.


Embora a maioria das cardiopatias congênitas tenham influência  genética  , a chance (probabilidade)  dos descendentes apresentarem a doença é muito pequena na  maioria delas , não sendo portanto , em geral , aconselhado aos casais com cardiopatia evitar a concepção , exceto em algumas cardiopatias específicas onde a probabilidade é muito elevada , como por exemplo na cardiomiopatia  hipertrófica , onde a probabilidade do filho (a) apresentar a doença é muito elevada (50%).


Toda cardiopatia congênita deve ser operada?


Algumas crianças com cardiopatia congênita não apresentam sintomas , e têm atividade física normal , podendo participar de brincadeiras com atividade física intensa  ou mesmo praticar esportes competitivos.


O que vai determinar a necessidade de cuidados especiais , repouso ou tratamento com medicamentos ou cirúrgico  , é o grau de deterioração da função cardíaca , produzindo sintomas como falta de ar , cansaço , cianose (pele azulada , arroxeada)  por exemplo.


Outras vezes o tratamento  , é indicado devido à dilatação progressiva do coração , apesar da criança encontrar-se clinicamente bem. O objetivo da cirurgia , além de melhorar a função cardíaca , capacidade física e o bem estar da criança (qualidade de vida)  é o de aumentar  o número de anos que a pessoa irá viver (expectativa de vida).

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