Dermatologista Explica: O que é Esclerodermia

do UNIVERSO FEMININO, em São Paulo, (SP)


Esclerodermia, uma doença autoimune, que
seu alvo são as mulheres há cima de 40 anos.
Vamos falar sobre a esclerodermia, uma doença autoimune, que seu alvo são as mulheres há cima de 40 anos de idade. A esclerodermia se trata de uma doença autoimune do tecido conjuntivo, responsável pela união das estruturas e tecidos do organismo. Segundo o médico especialista, Percival Degrava Sampaio Barros, existem dois tipos da doença que significa “pele dura”, a forma sistêmica (esclerose sistêmica), que afeta os órgãos e sistemas internos do organismo, além da pele, e a localizada, que afeta uma área determinada da pele.

"Os adultos, especialmente as mulheres, têm maior propensão a desenvolver a esclerose sistêmica, enquanto a esclerodermia localizada é mais comum em crianças. Acredita-se que haja uma base genética para a doença, pois a ocorrência é mais comum entre pessoas que têm familiares com outras doenças autoimunes, como o lúpus. Em alguns casos, existe mais de um familiar com esclerose sistêmica, embora, em geral, somente um membro da família seja afetado.", afirma.

Ainda segundo o especialista, Fatores ambientais, como a exposição à sílica e o uso de certos medicamentos podem desencadear a doença. 

Causas:

A doença surge devido há uma produção excessiva de colágeno, uma proteína fibrosa envolvida na formação dos tecidos conjuntivos, e da sua acumulação nos tecidos do organismo. A causa para esta resposta anormal do sistema imunitário ainda é desconhecida.

Vamos Entender melhor

"Existem dois tipos de esclerose sistêmica: a cutânea limitada e a cutânea difusa. A diferença entre elas está na extensão do acometimento da pele. Na esclerose sistêmica limitada, o espessamento da pele envolve somente mãos e antebraços, pernas e pés. Na difusa, mãos, antebraços, braços, pés, pernas, coxas e tronco são afetados. Na face, as manifestações aparecem nas duas formas clínicas da doença. É importante, no entanto, fazer a distinção entre uma forma e outra da doença. Sua extensão pode refletir o grau de dano de órgãos internos.", explica o especialista Percival Degrava.

"Diversas características clínicas podem ocorrer tanto na forma difusa quanto na limitada da doença, como o fenômeno de Raynaud que acomete mais de 95% dos pacientes. Trata-se de uma situação clínica onde os dedos se tornam pálidos ou azulados quando expostos ao frio e voltam a ficar corados após o aquecimento. Estes episódios são causados por um vasoespasmo dos pequenos vasos sanguíneos dos dedos que, com o passar do tempo, podem ficar danificados, comprometendo a circulação nessa área. O esôfago também costuma ser afetado em quase todos os pacientes esclerodérmicos. A perda de sua capacidade de se movimentar espontaneamente (motilidade) pode acarretar engasgos frequentes nas refeições e o refluxo do ácido gástrico para o esôfago pode causar queimação na 'boca do estômago'.", acresenta.

"Outra característica da doença são as telangiectasias, pequenas manchas vermelhas que aparecem nas mãos, braços, face e tronco. Essas manchas não trazem nenhuma consequência mais grave, mas são desagradáveis do ponto de vista estético, especialmente quando ocorrem na face. A presença de telangiectasias em esôfago, estômago e intestinos pode ocorrer em alguns pacientes e causar sangramentos.", continua.

Nas mulheres podem sofrer diminuição de lubrificação e constrição vaginal, os homens são afetados pela disfunção erétil. 

Tratamento

"Não existe cura para a esclerodermia localizada, embora alguns medicamentos possam alterar a progressão da doença. Recomendações específicas devem ser deixadas ao julgamento dos médicos, que irão discutir as opções terapêuticas com o paciente e sua família. Muitos medicamentos têm sido usados na esclerodermia localizada. Contudo, nenhum deles se mostrou comprovadamente eficaz em estudos controlados. A esclerodermia localizada geralmente se torna inativa e melhora espontaneamente, de maneira que experiências pessoais isoladas são difíceis de avaliar. Muitos médicos continuam a preconizar o uso da vitamina E por via oral, mas não existe comprovação de sua eficácia. Numerosos medicamentos, como a fenitoína, o para-amino-benzoato de potássio (POTABA), os corticosteróides sistêmicos, os antimaláricos e a d-penicilamina, isolados ou combinados, têm sido utilizados, com resultados tanto favoráveis quanto desfavoráveis. Contudo, devido às suas potencialmente sérias complicações, estas drogas são reservadas para os pacientes com doença ativa, generalizada e rapidamente progressiva.", explica o médico Dr. Vincent Falanga.

"Existe consenso definido de que a fisioterapia é importante no sentido de preservar a amplitude da mobilidade das articulações acometidas. O escurecimento da pele pode diminuir com o tempo. Como algumas lesões podem se tornar mais escuras após exposição solar, o uso de fotoprotetores pode ser útil. Vários agentes tópicos atualmente disponíveis, quando adequadamente utilizados, tornarão as áreas com alterações de pigmentação cosmeticamente mais aceitáveis. Peeling químico e tratamento com laser poderão diminuir a quantidade de pigmentos em alguns pacientes. Naqueles pacientes com extenso envolvimento da face, cirurgia plástica reparadora tem apresentado bons resultados.", finaliza o especialista.





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