Simone Regina da Costa
Você já ouviu falar sobre a Alimentação Funcional, quem vai nos explicar é a Professora, e Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - Prof. Titular na Área de Nutrição Humana e Alimentos da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - ESALQ/USP, Piracicaba, SP.
Qual é a definição de uma Alimentação Funcional, Dra.?
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - O termo alimento funcional foi primeiramente introduzido no Japão por volta de 1980 e pode ser definido como alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios à saúde, prevenindo e controlando doenças, além de satisfazer os requerimentos nutricionais tradicionais.
Qual é a nomenclatura utilizada?
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - Uma ampla e criativa variedade de nomenclaturas tem sido descrita para designar esses alimentos benéficos à saúde, embora a maioria dos estudos, e eu particularmente, empreguem o termo "alimentos funcionais". Dentre essas nomenclaturas, destacam-se:
"Functional foods" = alimentos funcionais
"Nutraceuticals" = nutracêuticos
"Nutritional foods" = alimentos nutricionais
"Medical foods" = alimentos médicos
e outras como "Pharma foods", "designer foods", "fitness foods",
"longevity foods", "pharmaceutical foods", "hypernutritional foods",
"super foods", "prescriptive foods", phyto foods" , "therapeutic foods",
"foodceuticals", "parnuts" (Alemanha), entre outros termos.
Quais são os requisitos para que o alimento seja considerado funcional?
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - Para que um alimento seja considerado funcional há necessidade da elaboração por parte da empresa ou pessoa que irá comercializar tal produto, de um relatório técnico-científico bastante complexo. Neste relatório, além da finalidade de uso do produto e composição química, evidências científicas em relação ao seu benefício à saúde e à comprovação de segurança de uso devem ser apresentadas. Para se obter tais evidências, ensaios nutricionais e/ou fisiológicos e/ou toxicológicos em animais devem ser conduzidos, assim como ensaios bioquímicos, estudos epidemiológicos e ensaios clínicos. Este relatório é hoje exigido pela Vigilância Sanitária Brasileira que aprova o registro de tais alimentos.
Cite alguns exemplos de alimentos com propriedades funcionais. Dentre os alimentos que estão sendo pesquisados como tendo propriedades funcionais, destacam-se:
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado -
SOJA: cujo componente ativo são fitoestrógenos chamados de isoflavonas que podem prevenir e controlar os sintomas indesejáveis da menopausa, osteoporose e câncer de mama e útero;
TOMATE: cujo componente ativo é o licopeno que pode prevenir e controlar câncer de próstata;
CRUCÍFERAS (REPOLHO, COUVE, COUVE-FLOR, COUVE DE BRUXELAS, BRÓCOLIS): cujo componente ativo são os glicosinolatos que podem prevenir e controlar canceres como o de mama;
LINHAÇA: cujo componente ativo são as lignanas que podem prevenir e controlar câncer como o de mama e pulmão
ALHO: componente ativo é a alicina que pode ser antiaterogênica e anticancerígena (principalmente quanto ao câncer de estômago);
FRUTAS CÍTRICAS: os componentes ativos são os limonóides que tem sido investigados na prevenção e controle de vários tipos de canceres;
CHÁ VERDE: os polifenóis são os componentes ativos e tem sido investigados na prevenção de canceres como o de mama;
UVAS VERMELHO-ESCURAS/ VINHO TINTO: ricos em compostos fenólicos (o resveratrol é o mais estudado) que podem ser antiaterogênicos e anticancerígenos;
AVEIA: a B-glucana é o componente ativo e é antiaterogênica;
PEIXES E ÓLEOS DE PEIXES: ricos em ácidos graxos omega-3 que estão indicados na prevenção e controle de doenças cardiovaculares, impedindo a formação de placas de gordura nas artérias, bem como
aumentando a resistência do sistema imunológico às infecções.
PROBIÓTICOS: alimentos contendo microrganismos vivos (ex: iogurtes, leites fermentados, etc.) cuja função é manter um equilíbrio da flora intestinal, prevenindo diarréia, câncer de cólon, etc., favorecendo a saúde do organismo.
PREBIÓTICOS: oligossacarídeos, amidos, etc., não digeríveis (chicória, alho, cebola, etc.) apresentando as mesmas propriedades funcionais atribuídas aos probióticos
Quais são as perspectivas futuras para o desenvolvimento de alimentos funcionais?
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - A expectativa é de que assim como está ocorrendo no Japão, Estados Unidos e Europa, o Brasil deverá entrar com força neste mercado. Os consumidores confiam cada vez mais nos efeitos saudáveis de certas substâncias contidas nos alimentos e acreditam que a alimentação é um fator crítico para o controle da saúde. Acreditamos que a exemplo dos Estados Unidos, que hoje movimenta cerca de US$ 92 bilhões/ano com o mercado de funcionais, o Brasil deverá nos próximos anos contar com várias empresas atuando neste segmento.
A Dra. Jocelem Mastrodi Salgado falou sobre
a Alimentação Funcional.
Você já ouviu falar sobre a Alimentação Funcional, quem vai nos explicar é a Professora, e Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - Prof. Titular na Área de Nutrição Humana e Alimentos da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - ESALQ/USP, Piracicaba, SP.
Qual é a definição de uma Alimentação Funcional, Dra.?
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - O termo alimento funcional foi primeiramente introduzido no Japão por volta de 1980 e pode ser definido como alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios à saúde, prevenindo e controlando doenças, além de satisfazer os requerimentos nutricionais tradicionais.
Qual é a nomenclatura utilizada?
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - Uma ampla e criativa variedade de nomenclaturas tem sido descrita para designar esses alimentos benéficos à saúde, embora a maioria dos estudos, e eu particularmente, empreguem o termo "alimentos funcionais". Dentre essas nomenclaturas, destacam-se:
"Functional foods" = alimentos funcionais
"Nutraceuticals" = nutracêuticos
"Nutritional foods" = alimentos nutricionais
"Medical foods" = alimentos médicos
e outras como "Pharma foods", "designer foods", "fitness foods",
"longevity foods", "pharmaceutical foods", "hypernutritional foods",
"super foods", "prescriptive foods", phyto foods" , "therapeutic foods",
"foodceuticals", "parnuts" (Alemanha), entre outros termos.
Quais são os requisitos para que o alimento seja considerado funcional?
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - Para que um alimento seja considerado funcional há necessidade da elaboração por parte da empresa ou pessoa que irá comercializar tal produto, de um relatório técnico-científico bastante complexo. Neste relatório, além da finalidade de uso do produto e composição química, evidências científicas em relação ao seu benefício à saúde e à comprovação de segurança de uso devem ser apresentadas. Para se obter tais evidências, ensaios nutricionais e/ou fisiológicos e/ou toxicológicos em animais devem ser conduzidos, assim como ensaios bioquímicos, estudos epidemiológicos e ensaios clínicos. Este relatório é hoje exigido pela Vigilância Sanitária Brasileira que aprova o registro de tais alimentos.
Cite alguns exemplos de alimentos com propriedades funcionais. Dentre os alimentos que estão sendo pesquisados como tendo propriedades funcionais, destacam-se:
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado -
SOJA: cujo componente ativo são fitoestrógenos chamados de isoflavonas que podem prevenir e controlar os sintomas indesejáveis da menopausa, osteoporose e câncer de mama e útero;
TOMATE: cujo componente ativo é o licopeno que pode prevenir e controlar câncer de próstata;
CRUCÍFERAS (REPOLHO, COUVE, COUVE-FLOR, COUVE DE BRUXELAS, BRÓCOLIS): cujo componente ativo são os glicosinolatos que podem prevenir e controlar canceres como o de mama;
LINHAÇA: cujo componente ativo são as lignanas que podem prevenir e controlar câncer como o de mama e pulmão
ALHO: componente ativo é a alicina que pode ser antiaterogênica e anticancerígena (principalmente quanto ao câncer de estômago);
FRUTAS CÍTRICAS: os componentes ativos são os limonóides que tem sido investigados na prevenção e controle de vários tipos de canceres;
CHÁ VERDE: os polifenóis são os componentes ativos e tem sido investigados na prevenção de canceres como o de mama;
UVAS VERMELHO-ESCURAS/ VINHO TINTO: ricos em compostos fenólicos (o resveratrol é o mais estudado) que podem ser antiaterogênicos e anticancerígenos;
AVEIA: a B-glucana é o componente ativo e é antiaterogênica;
PEIXES E ÓLEOS DE PEIXES: ricos em ácidos graxos omega-3 que estão indicados na prevenção e controle de doenças cardiovaculares, impedindo a formação de placas de gordura nas artérias, bem como
aumentando a resistência do sistema imunológico às infecções.
PROBIÓTICOS: alimentos contendo microrganismos vivos (ex: iogurtes, leites fermentados, etc.) cuja função é manter um equilíbrio da flora intestinal, prevenindo diarréia, câncer de cólon, etc., favorecendo a saúde do organismo.
PREBIÓTICOS: oligossacarídeos, amidos, etc., não digeríveis (chicória, alho, cebola, etc.) apresentando as mesmas propriedades funcionais atribuídas aos probióticos
Quais são as perspectivas futuras para o desenvolvimento de alimentos funcionais?
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - A expectativa é de que assim como está ocorrendo no Japão, Estados Unidos e Europa, o Brasil deverá entrar com força neste mercado. Os consumidores confiam cada vez mais nos efeitos saudáveis de certas substâncias contidas nos alimentos e acreditam que a alimentação é um fator crítico para o controle da saúde. Acreditamos que a exemplo dos Estados Unidos, que hoje movimenta cerca de US$ 92 bilhões/ano com o mercado de funcionais, o Brasil deverá nos próximos anos contar com várias empresas atuando neste segmento.
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