As Mulheres ganhando mais do que os Homens

Helena Lima



Quando as mulheres ganham mais que eles.



Um estudo do Pew Research Center, centro de pesquisas americano, revela que a mulher tem um rendimento maior do que o marido em um em cada cinco casais nos Estados Unidos, um percentual que passou de 4% para 22% nos últimos 40 anos.

Os sindicatos e as estatísticas lamentam, no entanto, a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Por outro lado, nos Estados Unidos elas começam a ganhar mais do que seus maridos, algo que traz à tona o seguinte questionamento: como o sexo "forte" lidará com isso?

Segundo apurou o estudo do Pew Research Center, a mulher já ganha mais do que o marido em um em cada cinco casais nos Estados Unidos, um percentual que saltou de 4% para 22% nos últimos 40 anos.

Uma explicação para isso, conforme a psicóloga Claudia Campo, é que as mulheres atualmente estão quase no topo da escala de êxito pessoal e profissional.

"A mulher americana coloca em primeiro lugar a sua realização pessoal, ela está acostumada a pensar em si primeiro", justificou a psicóloga.

Na cultura americana, "saber amar a si próprio e ter autoestima elevada, não é egoísmo como pode ser entendido em outras culturas", detalhou a psicóloga, assinalando que embora na cultura "anglo" sustente-se que não existe machismo, há outros fatores como a competitividade que podem afetar situações como estas.

"Para os homens ver que suas mulheres têm salários maiores interfere diretamente no relacionamento. Estamos falando de uma cultura muito competitiva", assinala a psicóloga Claudia Campo.

Controle

Na opinião da especialista, neste momento entram em jogo dois fatores: o poder e a sensação de controle que podem deixar claro que são as mulheres que ganham mais e garantem a maior parte do dinheiro para o sustento das despesas da casa.

De qualquer maneira, apesar desta mudança em algumas famílias, Campo lamentou que ainda persistem barreiras como romper com a "dupla jornada das mulheres" que, independentemente de quanto ganhem, seguem trabalhando dentro de casa mais do que os homens.

Segundo a pesquisa anual do escritório de estatísticas trabalhistas do Departamento de Trabalho, os americanos - 83 % das mulheres e 64% dos homens - passam algum tempo fazendo tarefas domésticas como cozinhar, cortar grama, colocar em dia as contas bancárias e outras questões relacionadas ao cotidiano familiar.

Em média, 20% dos homens limpam a casa e lavam roupa, enquanto 50% das mulheres fazem o mesmo. Outro item aponta que 38% dos homens cozinham, em comparação com 65% das mulheres que preparam as refeições.

Com relação à carga horária laboral, os homens trabalham em média de 7,6 horas, 52 minutos a mais do que as mulheres, o que o escritório de estatísticas trabalhistas atribui em parte ao fato de muitas mulheres terem jornadas parciais.

O estudo do Pew analisou os dados de pessoas nascidas nos EUA com idades entre 30 e 44 anos, por ser o primeiro grupo incluindo mais mulheres do que homens com diploma universitário.

Os resultados indicam mudanças "significativas" sofridas no casamento nas últimas décadas, nas quais as mulheres superaram os homens no aumento da escolaridade e em alguns casos têm salários maiores.

De acordo com o estudo, em 1970, 52% dos homens e mulheres casados tinham aproximadamente o mesmo nível de educação. Pelo menos 28% dos homens tinham ensino superior completo, enquanto 20% das mulheres mantinham o mesmo status.

No ano de 2007, os casais com nível de educação similar chegavam a 53%. Ou seja, 28% das mulheres tinham êxito superior ao de seus maridos, contra 19% dos homens.

"Não sabemos como reagiram os homens", assinalou D'Vera Cohn, "não fizemos nenhuma pesquisa para perguntar aos homens como se sentem, mas sabemos por outros levantamentos que a maioria das pessoas, homens e mulheres, esperam que ambos contribuam (economicamente) no casamento".

D'Vera reconheceu que "pode haver homens que não gostem. Mas em geral a opinião pública aprova a incorporação da mulher no trabalho e sua contribuição econômica nas despesas da casa", ressaltou.

Quando perguntados sobre o tipo de casamento que preferem - só o homem trabalhando e a esposa cuidando da casa ou os dois trabalhando e dividido as tarefas do lar - os americanos em massa preferem a segunda opção.

D'Vera Cohn, co-autora do relatório, não quis projetar como será o panorama do mercado de trabalho para as mulheres na próxima década, mas explicou que a recessão econômica teve um impacto maior entre os homens e espera-se que "em breve as mulheres sejam metade da população empregada".

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