A Aids e a Mulher

Maria Helena Figueredo

Líderes nas estatísticas de novos casos de Aids, as mulheres representam o grupo no qual a doença mais avança - há uma mulher infectada ou doente para cada dois homens portadores do vírus HIV. Há dez anos, havia uma mulher para cada oito homens infectados. A epidemia se expande principalmente em mulheres na faixa etária de 30 a 49 anos e de baixa renda. Entre os comportamentos de risco mais comuns nelas, está o receio de pedir ao parceiro fixo ou even-tual para usar preservativos. "E não são poucas as que abandonam o preservativo à medida que o envolvimento com o parceiro aumenta. É um grande risco", diz o infectologista David Salomão Lewi, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Teste


Antes de aposentar a camisinha, o casal deve fazer o teste Elisa AntiHIV, bastante eficaz para diag-nosticar a infecção. "O acompanhamento médico do teste é importante para avaliar corretamente os resultados", orienta o infectologista Ricardo Sobhie Diaz, diretor do Laboratório de Retrovirologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Se o resultado for positivo, o médico poderá pedir um novo teste para confirmação. O laudo negativo nem sempre é uma certificação definitiva e eventualmente requer nova avaliação.

O HIV é transmissível nas relações sexuais, durante o uso de seringas compartilhadas, agulhas contaminadas e transfusão sanguínea. A incubação em geral dura de seis meses a cinco anos, mas há pessoas infectadas há mais de 14 anos sem sintomas. Os primeiros sinais da doença podem ser emagrecimento acentuado, fraqueza, dor de cabeça, febre, diarréia e tosse persistente, gânglios aumentados em várias partes do corpo, suores inexplicáveis. Na persistência de alguns desses sinais por mais de 30 dias, deve-se consultar um especialista em moléstias infecciosas.

Tratamento


A combinação de várias drogas em coquetéis para conter a elevação da carga viral é a estratégia de tratamento com melhores resultados até agora. Mas uma das maio-res dificuldades tem sido justamente aumentar a adesão ao tratamento. E quando o paciente não toma os remédios prescritos na dose certa há a amea-ça de que o HIV tome uma forma mais resistente no organismo difícil de combater com medicamentos atuais. O tratamento adequado também reduz a transmissão materno-fetal. "Quando o AZT (primeiro remédio contra a Aids) é usado desde o início da gestação, as possibilidades de contaminação do bebê caem de cerca de 25% para 8%. É fundamental que os profissionais de saúde peçam HIV no pré-natal", insiste a médica sanitarista Ana Maria Aratangy, do Programa Estadual DST/Aids de São Paulo.

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