A Vida Moderna prejudica a qualidade de vida, Segundo Estudo

Renata Machado

Os hábitos modernos estão exercendo um impacto negativo na vida dos brasileiros, fazendo-os depender cada vez mais precocemente da seguridade social. Essa é a conclusão do estudo Qualidade de Vida: Suas Determinantes e sua Influência sobre a Seguridade Social, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo os dados divulgados pelo Ipea, a expectativa de vida saudável é de 57 anos para homens e 62 anos para as mulheres. Isso faz a incidência de benefícios previdenciários de risco (como auxílio-doença) superar às de benefícios previsíveis (aposentadoria), o que é um problema, pois tendem a ser concedidos mais cedo e requerem, na maioria dos casos, pagamento de benefícios e atendimento médico-hospitalar.

Ao analisar as causas de mortes e comparar os dados brasileiros com os demais países selecionados, como Estados Unidos, Alemanha e Suécia, o Ipea observou que os neoplasmas, que abrangem todos os tipos de câncer, e as doenças do sistema cardiovascular e circulatório (angiologia e cardiologia) foram os responsáveis, em 2003, pela maior parte dos óbitos em todos os países, encabeçados pelas doenças crônicas cardiovasculares.

Em uma projeção feita para o ano de 2030, há uma expectativa de que ocorram elevações preocupantes dessas doenças no país (5,13%). Isso mostra a importância do governo investir em uma melhoria da qualidade de vida da população, principalmente nas grandes cidades, onde o ritmo de vida é mais estressante.

O estudo também traz um panorama sobre os benefícios concedidos pelo governo federal. Entre 1992 e 2007, houve aumento no número de auxílios-doença em todas as faixas etárias na população contribuinte. A população não-contribuinte apresenta o mesmo perfil, com exceção da faixa que engloba os indivíduos entre 16-24 anos, em que ocorreu uma queda.

Apesar das mulheres sofrerem mais de doenças crônicas (36,3% das mulheres contra 29,4% dos homens), elas utilizam menos o benefício auxílio-doença (22% das mulheres e 25,5% dos homens). Isso porque os homens, em geral, tendem a ser mais estáveis no trabalho e, consequentemente, na contribuição.

O maior número de pedidos de auxílio-doença está nas regiões metropolitanas brasileiras. Em 2007, os pedidos nas grandes cidades somavam 34, 96% dos indivíduos contribuintes. Nas regiões não–metropolitanas, essa porcentagem era de 22, 46%.

Qual sua opinião, Dúvida? Nossa equipe quer ver você comentando e participando. Conversion Conversion Emoticon Emoticon