O Namorado mais Novo, Você se sente Bem com ele?

Renata Machado


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Os Desafios de namorar os homens mais
Novos, As Alegrias nos relacionamentos
Uma vida que vem ficando normal a cada dia.



"Eu me apaixonei pela Mariana porque era linda e tinha uma cabeça diferente das Moças da minha idade", revela Antônio, que há 21 anos compartilha a sua vida com Mariana. Poderia ser uma história de amor banal, com final feliz, mas há um pequeno grande pormenor que marca a diferença: ele tem 42 anos, ela 55. E porque para Antônio a companheira continua "Mais Sexy, do que muitas de 20 anos", O Universo Feminino convidou este casal a falar e a colocar as cartas na mesa quando se trata de uma relação entre um homem mais novo e uma mulher mais velha.

"Achei-a super atraente!"

"Conheci a Mariana durante quase toda a minha vida, Ela era amiga da minha irmã mais velha. Quando cheguei à adolescência, achava ela simplesmente linda, mas nem sequer pensava na hipótese dela olhar para mim: era mais uma paixão platônica. Entretanto, deixou de ir lá a casa, mas fui sabendo pela minha irmã que a Mariana casara, que tinha um filho e, por fim, que se estava se divorciando." , Conta Antônio ao Universo Feminino.

Até que, na festa do trigésimo terceiro aniversário da irmã (que tinha a mesma idade que Mariana), Antônio a reencontrou. "Tinha 20 anos e me lembro que ela se dirigiu a mim como se ainda fosse um rapazinho de 15! Me Senti mesmo ofendido, principalmente porque a sempre a tinha achado uma mulher muito atraente, daquelas que nos dão um friozinho no estômago." Revela Antônio.

E, por isso mesmo, Antônio fechou o cerco: "de início ela achava que eu estava a brincar com as minhas tentativas de sedução e me chamava de Don Juan, mas, no final da noite, consegui que aceitasse jantar comigo e senti isso como uma gloriosa vitória!"

"Só podia estar louca por me apaixonar por ele"

Se para Antônio foi uma vitória, para Mariana estava a ser uma luta interna: "depois de ter aceitado o convite - porque realmente aquele jovem com borbulhas que eu conheceria há muitos anos se tornara um homem atraente, com um toque de James Dean - fui para casa e só pensava ‘ele tem 20 anos, esta louca, como é que pode esta atraída por um homem treze anos mais novo do que você, um adolescente ainda, e que conhece desde que tinha 10 anos?' Achava mesmo que era uma irresponsabilidade, ainda por cima com uma filha de cinco anos (estávamos em 1987!). Acabei por concluir que aquilo não tinha futuro nenhum e decidi que não fazia mal nenhum em divertir-me um pouco."

A ideia inicial de Mariana era que tudo se resumiria a uma aventura sem consequências, de preferência mantida no anonimato. Só que o divertimento deu lugar à paixão, vivida de forma tão intensa que ambos chegaram à conclusão que não conseguiam passar um sem o outro. "Enquanto da parte do Antônio não havia qualquer preconceito e até parecia um pouco inconsciente da situação, como se fosse a coisa mais natural do mundo estar com uma mulher mais velha, eu vivi uns meses muito conturbados, dividida entre o que sentia e aquilo que a sociedade esperava de mim", revela Mariana.

"Os meus pais disseram que não tinha juízo nenhum!"

Não foi fácil a aceitação das famílias, ainda por cima há vinte anos atrás. Mariana foi quem sentiu mais na pele a descriminação: "Eles nos Olhavam na rua quando estávamos de mão dada, comentavam no restaurante ou nos bares e os meus pais disseram que eu só podia estar doida (ainda por cima divorciada e com um filho pequeno!) e que, por isso, nem pensar em levá-lo lá a casa." Foram necessários cinco anos para que, finalmente, os pais admitissem a situação e Antônio passasse a ser aceite em pé de igualdade. Já da parte da família dele, e até porque todos conheciam Mariana, a situação foi mais fácil: "só me lembro da minha mãe ter tido uma conversa séria comigo e de me dizer que não devia nunca brincar com os sentimentos de uma mulher, principalmente de uma mulher que já era mãe; quando garanti que estava mesmo apaixonado pela Mariana, me deu um beijo na testa e nunca mais falou do assunto."

"Me achavam uma ‘velha maluca'"

O início da relação não foi fácil, mas, duas décadas transpostas, Mariana e Antônio, brincam com o assunto: "além de ser considerada uma ‘velha maluca', era óbvio que os nossos timings não eram os mesmos; eu tinha uma profissão (arquiteta) uma casa, independência econômica, enquanto o Antônio ainda estava na universidade! Tive de esperar que o Antônio terminasse o curso de Economia e começasse a trabalhar para vivermos juntos, apesar dele já passar longos períodos lá em casa." (risos). Os anos passaram e, quando Antônio tinha 28 e Mariana 41, tiveram a Sara, hoje com 12 anos. "Aí teve mesmo de ser uma decisão pensada porque eu não estava a ficar mais nova; mas o Antônio sempre quis ser pai e as coisas acabaram por acontecer na altura certa. Tive sorte e engravidei sem problemas."

"Para mim é a mais bonita das mulheres"

E as Moças mais novas? Num mundo em que a juventude parece o critério supremo de beleza, como é que uma mulher que vive com um homem mais novo lida com a concorrência? Mariana se ataque em risos: "nos primeiros anos, muito mal - bastava uma moça se aproximar do Antônio para ter uma crise de nervos; com os anos e com as provas de confiança que ele me foi dando, aprendi a conviver com isso e a controlar a insegurança." Antônio da seu palpite: "Me deu algum trabalho a convencê-la que, para mim, é e continuará a ser a mais bonita das mulheres; o que me interessa uma Claudia Raia se sei que, com ela, não tenho a cumplicidade, o companheirismo e a intimidade que compartilho com a Mariana? Isso tudo faz o desejo e este não tem nada a ver com a idade. Daqui a dez anos, vou continuar a achá-la lindíssima.", Finaliza Antônio.

"O fato idade fazia parte do meu imaginário"

Mário e Joana ainda não têm a história de vida de Mariana e Antônio: estão juntos há três anos e e se confessam felizes. Porém, Mário tem 23 anos e Joana 33. "Para mim, a Joana era há mais linda do mundo", confessa Mário. "Ela era a prima mais velha de uns amigos meus e isso já lhe dava, mesmo à distância, um estatuto diferenciado. Quando a conheci, causou logo uma forte impressão, mas achei que estava fora do meu alcance. A questão da idade fazia parte do meu imaginário, mas foi a primeira vez que me senti atraído por mulheres mais velhas; além disso, a Joana parecia tão jovem de espírito!"

Quanto a Joana, professora, não acreditava que houvesse futuro quando se envolveu com Mário: "Tinha saído de uma relação há pouco tempo e estava mais disponível do que o normal; aceitei sair com os meus primos mais novos, conheci o Mário e pensei ‘porque não?' Mas quando as coisas se tornaram mais consistentes, me assustei e pensei ‘mas ele é mais novo'! Decidi encarar de frente esse desafio, pois se colocavam questões que não existiriam caso fosse uma pessoa dentro do meu nível etário: bastava o simples fato de eu ter uma vida organizada e ele não (o Mário não fazia nada na altura) para me fazer confusão."

"Falaram para arranjar uma relação mais séria"

Joana revela que, acima de tudo, teve dificuldade em lidar com as expectativas que os outros tinham em relação a ela, ao que era suposto esperar-se de uma mulher de 30 anos. "Até que cheguei à conclusão que o melhor era me deixar ir e não me deixar controlar por estes modelos pré-históricos." Os seus pais não foram tão radicais como os de Mariana: "encararam isso como um devaneio, estilo ‘tens de arranjar uma relação mais séria'; depois, acabaram por aceitar; quanto aos meus amigos, são fantásticos e aceitaram-no muito bem, apesar de serem mais velhos."

Já os pais de Mário estranharam a situação: "a minha mãe me fez um interrogatório sobre a Joana e, apesar de não me dizer nada sobre a idade, soube que ficou surpreendida, mas nunca houve hostilidade. Inconscientemente, discutiam comigo outros aspectos da minha vida, mas a questão subjacente era a Joana. E, quando sai de casa, o fato causou uma enorme confusão porque associaram logo à relação." Já sobre a estranheza das irmãs de Mário, de 32 e 34 anos, Joana tem uma teoria: "teve a ver com o fato de eu ter a mesma idade e elas não se verem a andar com um rapaz mais novo; mas acabaram por conhecer-me melhor e hoje me aceitam como eu sou."

"Fiz mudanças mais depressa na minha vida"

Quando um homem e uma mulher se encontram em fases tão distintas, ajustamentos são necessários e Mário confessa terem passado por uma fase de consolidação, em que foi necessário muito diálogo: "A minha ideia era que a Joana devia querer casar e ter um filho - afinal, era o modelo das minhas irmãs mais velhas." Mas quando descobriu que isso não estava nos planos imediatos da Joana, foi um alívio". Joana acrescenta: "se ele quisesse ser logo pai, talvez considerasse essa hipótese, mas não era o caso."

Para Mário, que dá os primeiros passos na área da realização, a relação acabou por ser o catalisador de mudanças profundas: "Não teria acabado o curso, saído de casa nem começado a trabalhar tão depressa se não a tivesse conhecido."

Para Mário e Joana, o segredo da sua relação é não pensar muito no futuro nem na questão da idade. "Falamos disso de vez em quando, mas mais no registo do cómico, pois a verdade é que nunca pensamos a sério nisso", confessa Joana. "Vinte anos é tempo demais para projetar no futuro", acrescenta Mário. Os dois começam a sorrir cúmplices. "Se calhar as nossas vidas vão dar tantas voltas ainda!", diz Joana. A questão dos filhos, essa, está mais ou menos resolvida: "acho que eventualmente vamos querer tê-los, por isso colocamos a hipótese de ter ou adotar, mas não temos prazos estabelecidos."

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