Vergonha: Um sentimento de Que?

do Universo Feminino



A vergonha determina muitos comportamentos esquivos das pessoas, já que assume o aspecto de introversão, constrangimento e inibição social. Em algumas situações existe um motivo real, mas em outras é aparentemente descabida e destituída de sentido.



A vergonha está frequentemente associada à culpa, mas os afetos são completamente diferentes. A culpa é sentida devido a um julgamento feito pelos outros, pelo social, e não pelo próprio sujeito. Assim, sentimos culpa quando, de algum modo transgredimos as regras sociais, enquanto que a vergonha é sentida quando agimos de forma que contradiz os nossos valores.


Há também momentos em que sentimos “vergonha alheia”, isto é, nos constrangimos por atos cometidos por pessoas que nos são próximas a nível afetivo. Já toda a gente passou por situações em que sentiu vergonha de atitudes cometidas por amigos ou familiares, ainda que não tenha nada a ver com o assunto.


Por exemplo, os familiares de criminosos muitas vezes pedem desculpa e dizem sentir envergonhados e constrangidos, ainda que não tenham rigorosamente nada a ver com o que se passou.


Existem, também, outro tipo de pessoas cuja vida é intensamente colorida pelo sentimento de vergonha. Sentem constantemente como “peixes fora de água” em qualquer contexto. Assumem então posturas sociais de intensa timidez, ou então optam por construir uma personagem que nada tem a ver com o que são na realidade.


Contudo, é o próprio quem primeiro se despreza e se desvaloriza, ao não assumir a sua real condição. Recorrem então à mentira mas, quando descobertos não se livram da vergonha e de um misto de outros sentimentos. Sentem culpa em relação às pessoas para quem mentiram pois a mentira foi também um meio de demonstrar a inveja por desejarem ser algo que não são.


Ao mesmo tempo, esta atitude demonstra que avaliaram os outros segundo determinados parâmetros ou seja, imaginaram que os outros não os aceitariam tal e qual são quando, no fundo são eles próprios que não se aceitam. Esta confusão transforma em raiva que é voltada contra o próprio e lhe danifica ainda mais a auto-estima, levando-o novamente a mentir e, de novo, a sentir vergonha.


Digamos então que a vergonha é o resultado do julgamento interno que fazemos de nós próprios. Este tribunal interior permite avaliar os nossos atos, mas para que nos seja possível viver o dia-a-dia de forma mais ou menos descontraída, não pode haver regras nem muito rígidas, nem muito permissivas.

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