Blefaroplastia

CLINICA ESTÉTICA

ALESSANDRA BACIC
editora da Clinica Estética, do Universo Feminino


Os primeiros sinais a delatar o envelhecimento do rosto são os papos nos olhos e o abatimento das pálpebras.

Quando isto acontece, por fatores hereditários e pela ação implacável dos anos, não existe remédio natural que resolva a situação.

Nem os melhores cremes nem tratamentos, nem umas horas de sono a mais farão este milagre. A única solução para devolver a juventude perdida ao seu olhar é a cirurgia das pálpebras ou blefaroplastia, Se trata de uma espécie de lifting de olhos que alcança resultados espetaculares. Quem sabe se não foi por isso que se tornou numa das operações de estética facial mais procuradas.

A cirurgia das pálpebras, conhecida tecnicamente como blefaroplastia, é uma cirurgia que remove o excesso de gordura e de pele enrugada e caída da pálpebra superior ou inferior. Contudo, apesar de se conseguir uma melhoria das rugas à volta dos olhos, a blefaroplastia não corrige as rugas das maçãs do rosto, os chamados pés de galinha, nem a queda das sobrancelhas, razão pela qual pode ser necessário conjugá-la com outros tratamentos.

Por exemplo, se o problema da pálpebra superior for acompanhado pela queda das sobrancelhas, pode recorrer a um levantamento da fronte. Para apagar os pés de galinha, o pelling químico a dermoabrasão ou o laser são boas opções.

As olheiras podem ser tratadas com um pelling químico. Para sabermos mais pormenores desta intervenção, falamos com João Batista Fernandes, cirurgião plástico.

Ilustração



O que deve saber antes da operação

Tudo o que disser respeito ao seu estado de saúde. Vai perguntar se fuma, se tem alergias a medicamentos, se usa óculos ou lentes de contato... Também vai querer saber se tem alguma doença crónica e se toma alguma medicação.

A seguir, decidirá quais os exames clínicos oportunos para garantir que a intervenção seja totalmente segura. Os exames básicos são um eletrocardiograma, uma radiografia ao tórax e uma análise completa ao sangue.

Quando não a deve fazer?

A cirurgia das pálpebras pode pressupor um risco se tiver problemas na tiróide, pressão arterial alta, diabetes ou doença cardiovascular. Também é arriscada no caso de se sofrer de glaucoma ou descolamento da retina, pelo que pode ser necessária uma consulta de Oftalmologia antes da blefaroplastia.

O estudo das suas pálpebras

Depois de explicar as características da operação, os riscos e complicações e o seu custo, o cirurgião leva a cabo um estudo exaustivo das suas pálpebras para dizer que tipo de blefaroplastia é a mais adequada em função das suas características pessoais. Vai tirar várias fotografias e realizar um exame físico cuidadoso para poder avaliar:

A elasticidade e o tônus do músculo orbicular, encarregue de controlar o movimento das pálpebras. Se estiver demasiado flácido, a cirurgia pode fazer com que o olho tenha problemas em fechar totalmente. Nestes casos, é necessário explicar aos pacientes que não é possível eliminar completamente as rugas e a flacidez do músculo, ou que seria necessário recorrer a uma cirurgia adicional, a cantopexia, para esticar a pálpebra.

A capacidade de lágrima, para detectar o olho seco. Cada vez mais frequente, sobretudo nas mulheres, que produzem uma lágrima muito espessa ou escassa. Nestes casos é preciso ter um cuidado especial no pós-operatório, para evitar a secura corneal. Isto se consegue utilizando colírios especiais e redobrando as medidas de proteção do olho.

A simetria natural do rosto para mostrá-la ao paciente, com fotografias em grande plano ou com um espelho. O paciente nunca vai olhar tanto para as pálpebras como depois da operação, por isso é importante que veja a assimetria prévia para não pensar depois que é resultado da cirurgia. Se existirem assimetrias importantes, são corrigidas. Se forem naturais, mantêm-se.

Quando se deve operar

Não existe uma idade pré-determinada para realizar este tipo de intervenção, já que o processo de envelhecimento nesta zona do rosto varia muito de pessoa para pessoa. Depende da qualidade da pele, dos tecidos subcutâneos... e tem uma importante componente hereditária.

Existem famílias que têm papos e olheiras precocemente e precisam desta operação aos 30. Mas são casos excecionais, nos quais se corrige apenas a pálpebra inferior. O mais habitual é que os pacientes tenham entre 35 e 55 anos.

O recomendável é se submeter a esta cirurgia quando os sinais de envelhecimento nos olhos são evidentes, piorando o aspecto do rosto, que fica com um ar cansado, triste, doente ou mesmo envelhecido.

As vantagens do internamento hospitalar

A blefaroplastia é ambulatória, uma vez que só precisa de anestesia local. Mas há especialistas que defendem o internamento:

Os pacientes que se levantam da cama da sala de operações e vão para casa desenvolvem hematomas com maior facilidade. Caso contrário, se ficarem na cama e estiverem 10 ou 12 horas em repouso, é menos provável que esta complicação se apresente.

As nódoas negras demoram cerca de duas semanas a desaparecer, aumentando o período de recuperação e tornando mais traumatizante: os olhos ficam inchados e roxos.

É certo que uma cirurgia é muito mais aliciante se se disser ao paciente que, passado quatro horas, está em casa. No entanto, o mais importante é oferecer-lhe segurança, uma recuperação rápida e bons resultados.

Antes de se operar convém...

Deixar de fumar, pelo menos, duas semanas antes. Isto influencia positivamente a cicatrização e regeneração dos tecidos que vão ser modificados. Não se trata de uma cirurgia em que seja obrigatório deixar de fumar, como por exemplo num lifting, mas é muito recomendável.

A operação passo a passo

A Operação



Dura, aproximadamente, uma hora e é levada a cabo numa sala de operações. Requer a assistência de um médico anestesista, encarregue de manter o paciente sedado e de controlar os seus sinais vitais. Os olhos protegem com umas lentes para evitar danos na córnea.

Combina anestesia local com sedação, para evitar que mexa as pálpebras de forma reflexa. Só se utiliza anestesia geral em casos raros de homens com muita pele, muitas olheiras e muitos papos.

Na pálpebra superior, faz uma incisão seguindo a linha da prega natural, para que a cicatriz não se note. Retiram as bolsas de gordura e o excesso de pele. A incisão é fechada com uma sutura muito fina.

Os cuidados básicos do pós-operatório

Depois da intervenção, vão aplicar uma pomada lubrificante e antibiótica nas zonas tratadas e protegem os olhos com umas gazes embebidas em soro fisiológico. Não são vendados para evitar ansiedades e claustrofobias.

As gazes húmidas são suficientes para proteger as suturas e permitem que o paciente se certifique que a sua visão está bem, apesar de um pouco turva por causa da pomada.

Passados dois dias, retiram parte dos pontos e, três dias depois, os restantes. Vão prescrever uma série de pomadas, colírios e lavagens com soro, para manter os olhos e as pálpebras em ótimas condições à medida que vão cicatrizando.

Durante as primeiras semanas, verá umas cicatrizes avermelhadas; à medida que os dias vão passando, o rubor vai desaparecendo, até só serem visíveis umas linhas esbranquiçadas que ficam dissimuladas pela prega da pálpebra.

Os incômodos da Cirurgia

Inflamação e tensão, que vai dificultar abrir e fechar as pálpebras normalmente.
Secura nos olhos, comichão e lacrimejo intenso durante os primeiros dias.
Possível aparecimento de hematomas nas pálpebras, que desaparecem passado 15 dias.
Sensibilidade à luz durante as duas primeiras semanas.
Visão turva durante os dois primeiros dias.
Para uma recuperação ideal

Passe 10 a 12 horas no hospital, para evitar o aparecimento de hematomas. Já em casa, faça repouso visual nos três primeiros dias: não trabalhe com o computador, não leia, não veja televisão, não force o olhar durante muito tempo nem cozinhe. Pode fazer a sua vida doméstica normalmente: andar pela casa, tomar duche, sentar-se à mesa...

Tente mexer as pálpebras de forma natural. Ao princípio vai custar-lhe abrir o olho totalmente por causa da inflamação, mas passado quatro ou cinco dias o inchaço começa a reduzir e o problema se resolve.

Espere entre cinco a sete dias para ir à rua, sempre com óculos de sol. Para fazer uma vida normal entre pessoas que sabem que foi operada, espere 10 ou 15 dias. E para uma vida social na qual não se note nada, o tempo de espera é de cerca de quatro semanas.

Durma com a cabeceira elevada para favorecer a drenagem linfática e reduzir a inflamação sem precisar de recorrer a anti-inflamatórios.

Não é aconselhável usar duas almofadas porque, desta forma, consegue dobrar o pescoço, quando o que se pretende é elevar o tronco todo.

A forma mais simples é colocar duas mantas dobradas debaixo do colchão para levantar a cabeceira. Evite ainda usar lentes de contacto durante duas semanas.

O que vai conseguir

Que os seus olhos recuperem um aspecto mais rejuvenescido, o que confere ao rosto uma imagem mais jovem e desperta. Os efeitos podem se prolongar durante anos, apesar da duração depender das suas características pessoais, estado da pele, qualidade dos tecidos, idade em que a operação é realizada...

Uma blefaroplastia feita numa pessoa com mais de 45 anos é, provavelmente, uma operação definitiva. Por isso, é importante fazê-la a tempo, antes que os sinais de envelhecimento sejam demasiado dramáticos.

Que complicações podem surgir posteriormente?

Cicatrização hipertrófica: É muito rara e previne se o cirurgião evitar que a cicatriz da pálpebra superior chegue até à pele do nariz.

Alterações da pigmentação: São excepcionais com as habituais medidas preventivas.

Conjuntivite: Provoca uma sensação semelhante à de ter areia no olho e deve ser tratada com colírios antibióticos.

Assimetrias: Costumam ser pequenas e são provocadas por uma cicatrização desigual.

Cegueira: É a complicação mais temida, mas extremamente rara (apenas 0,04% dos casos). A sua causa é um hematoma retrobulbar (hemorragia causada por pressão numa artéria do olho) que se pode produzir quando se alcança a órbita para retirar as bolsas de gordura. No entanto, é raro acontecer durante uma blefaroplastia e ainda mais raro provocar cegueira.

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