A Nutrição e a Saúde

Paula Nogueira

O crescimento rápido que se verifica durante a adolescência, a menstruação e as necessidades acrescidas que se dão durante a gravidez e amamentação pode resultar num risco acrescido de carência de determinados nutrientes, nomeadamente de ferro, ácido fólico e cálcio. Pesquisas sobre o estado nutricional revelam frequentemente uma escassez crónica destes nutrientes, não apenas em idades precoces, estendendo-se também ao longo de idades mais avançadas. Regimes alimentares de baixo valor calórico, dietas de emagrecimento, distúrbios de comportamento alimentar e o crescente número de mulheres vegetarianas torna ainda mais vulneráveis às carências nutricionais.

O Ferro

As mulheres em idade fértil apresentam uma necessidade acrescida de consumo de ferro e, por isso, correm um risco acrescido de apresentarem anemia ferropénica. É importante que exista um aporte constante de alimentos ricos em ferro, sobretudo aqueles que são consumidos em grandes quantidades e que permitam uma boa absorção deste mineral. O ferro hémico de origem animal, derivado da hemoglobina, é facilmente absorvido e pode ser encontrado nas carnes e nos produtos à base de carne. De entre as fontes de ferro de origem vegetal, e portanto não-hémico, temos os legumes verdes, feijão branco, amendoins e os cereais de pequeno almoço enriquecidos neste mineral. São também importantes os alimentos ricos em vitamina C, uma vez que aumentam a absorção do ferro não-hémico.

O ácido fólico durante a gravidez

Todas as mulheres em idade fértil que têm um potencial para engravidar devem consumir ácido fólico adicional diariamente, a fim de reduzir o risco de desenvolverem um feto com espinha bífida ou outros defeitos no tubo neural. As necessidades de ácido fólico aumentam consideravelmente durante a gravidez e é, geralmente, recomendado que as mulheres em idade fértil ingiram uma quantidade adicional de 400mg deste, sob a forma de suplementos alimentares, de alimentos enriquecidos, ou ambos, para além de consumirem uma ampla variedade de alimentos que o contenham naturalmente, como é o caso das vísceras e dos vegetais de folhas verdes crus.

O cálcio para ossos fortes

O cálcio é um elemento importante na mineralização óssea e no desenvolvimento do esqueleto durante o crescimento, podendo ser encontrado no leite, queijo, iogurtes e vegetais de cor verde. Aparentemente, hoje em dia, algumas crianças e adolescentes reduzem o consumo deste mineral exactamente no momento em que as suas necessidades aumentam, sendo que o impacto sobre a saúde óssea é agravado devido a um declínio da actividade física. O ácido fólico juntamente com outros nutrientes, como as vitaminas B6, B12, C e D, constituem coadjuvantes da formação óssea, sobre a qual se deposita o cálcio. Torna-se necessário assegurar um consumo adequado de cálcio no momento em que se dá o desenvolvimento do esqueleto, assim como nos períodos pré e pós menopausa. A diminuição de estrogenios verificado nas mulheres menopausicas está intimamente associada a uma acelerada perda de densidade óssea, e consequentemente a um aumento do risco de osteoporose. Durante esta fase da vida, as mulheres podem perder em média cerca de 3% de massa óssea anualmente.

Com o aumento da esperança de vida das mulheres (excedendo a estimada para os homens), pode-se esperar que estas cheguem aos 80 anos de idade ou mais. Dado que a idade em que iniciam a menopausa não apresenta grandes variações significativas, a mulher pode prever que vai passar cerca de 30 anos da sua vida (quase um terço da sua vida) num estado pós-menopausico. Consequentemente, é essencial promover boas praticas nutricionais, encorajando uma alimentação equilibrada e variada durante todos os momentos da existência feminina, com o objectivo de assegurar o bem estar e saúde, tanto para as mulheres como para os seus descendentes.

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