Atendimento a mulheres com problemas de alcoolismo aumenta 46%

Paula Nogueira


O Alcoolismo sobe 46% no meio das mulheres.



O atendimento a mulheres dependentes de álcool cresceu em dois anos o equivalente a 46%. O levantamento é da Secretaria de Estado da Saúde e compreende os atendimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) no período de 2008 a 2010.

O estudo compara os dois primeiros meses de cada ano e evidencia aumento gradual ao longo do período. Em 2008, o número de atendimentos prestados pelos Caps paulistas, em janeiro e fevereiro, foi de 4.235. Em 2009, número em comparação com o mesmo período foi de 6.048 e, em 2010, de 6.169. Configurando um aumento de 45,66% em dois anos.

“A pesquisa evidencia um problema cada vez mais frequente na sociedade: a relação da mulher com o álcool. Muitas ainda se recusam a procurar ajuda médica, porque, além do fato característico dos dependentes de negarem o vício, as mulheres carregam estereótipos sociais que a fazem rechaçar qualquer possibilidade de tratamento. Por vergonha, muitas vezes”, avalia Denise Paula Sarti, psicóloga do Caps-AD (Álcool e Drogas) de Rio Claro.

Estudos mostram que o aumento de mulheres em tratamento contra dependência do álcool tem sido constante. Pesquisa similar apresentada pela Secretaria de Estado da Saúde em 2007 apontava que o número de mulheres em tratamento contra o alcoolismo crescia 122% no Estado desde 2004. Um aumento médio de 30,6% ao ano.

Contudo, os homens ainda são a maioria esmagadora entre as vítimas de alcoolismo. "A doença tem-se proliferado principalmente nas mulheres mais jovens. Entre adolescentes, a proporção entre garotos e garotas quase se iguala em relação ao consumo de álcool e drogas", comenta a psicóloga.

Denise reconhece que esse novo padrão, de alcoolismo e drogadicção cada vez mais precoce, exige novas abordagens. "É grave a falta de um Caps infantil no município", analisa.

Estado de São Paulo conta hoje com 58 Caps para tratamento de dependência de álcool e outras drogas, sendo 17 deles localizados na Capital. Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde possui um centro de referência no assunto, o Cratod, que atende na região central.

Somente nos dois últimos anos foram criados 15 Caps para os paulistas. Sob responsabilidade dos municípios, os Caps podem ser procurados via Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que encaminham os pacientes.

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