Á Mulher Independente assustando os Homens

Daniela Silva

“Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade; um molejo de amor machucado, uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher feita apenas para amar, para sofrer pelo seu amor e ser só perdão”, diz Vinícius de Moraes em Samba da Bênção.

Você concorda com essa história de que mulher nasceu para sofrer e ser só perdão?

Particularmente, Não penso assim, Entretanto, é essa mulher que aparece no sonho de alguns jovens.

Umas Jovens com pouco mais de 20 anos, conversavam na praia de Ipanema sobre a mulher ideal de cada um. Um deles definiu com clareza o que buscava na amada:

“Eu me apaixonaria por uma garota que, depois de fazermos sexo pela primeira vez, tivesse nos olhos uma expressão de felicidade ao mesmo tempo em que duas lágrimas rolassem pelo seu rosto”.

As lágrimas, provavelmente, dariam o toque da “feminilidade”, isto é, do recato, da culpa, do pedido de perdão.

Hoje se fala na mulher independente. A mulher que após ter sido sustentada durante séculos pelo pai ou marido, se libertou dessa submissão adquirindo novo status. Essas mulheres ganham seu próprio dinheiro – em muitos casos mais que seus maridos ou amigos -, compram o que desejam, viajam para onde querem, escolhem onde morar e, o melhor disso tudo, não têm que prestar contas dos seus gastos a ninguém.

É muito comum se dizer que o homem teme a relação com a mulher independente. Alega-se que, além de não estar preparado para abrir mão da superioridade que o papel de provedor lhe confere, poderia se sentir desvalorizado caso a parceira ganhasse mais que ele.

Mas na realidade não é isso o que acontece.

O homem não teme a mulher que tem uma profissão e ganha muito dinheiro. Ele teme, sim, a mulher autônoma.

E o que é, afinal, uma mulher autônoma?

Em primeiro lugar, ela olha com novos olhos para o mundo.

Tem coragem de ser ela mesma na sua totalidade, e não renuncia a partes do seu eu tentando corresponder ao que dela se espera.

Sente-se livre para expressar todos os aspectos de sua personalidade, mesmo os considerados masculinos pela nossa cultura, como força, decisão ousadia.

Na relação amorosa, não se preocupa em se submeter às exigências sociais do que é aceito ou não para uma mulher e vive o máximo possível em sintonia com seus próprios desejos.

É evidente que a mulher por quem sonha o jovem da praia não é uma mulher autônoma.

Entretanto, a autonomia não é fácil de ser alcançada. São anos e anos de condicionamento, ao longo dos quais vamos assimilando os valores do lugar em que vivemos, como se fosse nosso idioma natal. Mas neste início de século, cada vez mais mulheres questionam a tese de que a verdadeira felicidade se equipara a estar envolvida com um homem. Isso já é um bom sinal.

Ter ou não um homem ao lado está aos poucos deixando de ser a questão básica da vida. É evidente que sem independência financeira não há autonomia. Mas ter dinheiro não basta.

Quantas mulheres você conhece que alcançaram sucesso profissional e se tornaram brilhantes executivas, e que, no entanto, vivem sonhando em encontrar o príncipe encantado?

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